Para um simples “entendeu?”, no
passado usamos o “morou?”, que foi trocado pelo “sacou?” e hoje vemos na forma
de “tá ligado?”.
Ao falar que uma moça é um
“broto”, um “pitel” ou até mesmo uma “tetéia”, e que um homem é um “pão”
podemos ser motivo de piada em uma roda de amigos hoje, mas nas antigas isso funcionava!
Hoje usamos os simples “gata” e “gato” para demonstrar o quanto achamos alguém
bonito e/ou atraente.
E quando achamos algo legal?
Dizem os paulistas que é “da hora” ou que é “top”, os gaúchos dizem que é
“tri”, já os bahianos e os cariocas dizem que é “massa” ou “show” e todas essas
expressões eram resumidas, no passado por “supimpa”, “maneiro”, “transado” e
“bacana” (esta, passou um tempo em desuso mas hoje está voltando à boca do
povo).
Já quando alguém deixava de ir a
uma festa, por exemplo, usava-se o “furou” e o não tão antigo “deu bolo”, hoje
nem mais o “festa” é usado! Em seu lugar usa-se o “role” e até mesmo o “pico”.
E quando alguém deixa de ir para o “role”, esse alguém “ramelou”. E se o “pico”
foi “da hora” a gente “arrasa”, mas antes a gente “arrebentava a boca do balão”
se o “role” não deu certo, ele “miou”, se no passado diríamos que “foi por água
abaixo”.
Falando em passado, no passado,
para falar em passado, era usada a expressão “no tempo do ronca”!
Chega de conversa furada, hora de
“dar no pé”, expressão que, aliás, não mais é usada, atualizando: é hora de
“vazar”.
Todos esses simples exemplos foram
postos para mostrar como a língua evolui junto com seus falantes, e para a análise
e estudo destas evoluções, temos a Linguística
Histórica.
Linguística Histórica
A Linguística Histórica é o
estudo da língua em relação ao seu desenvolvimento histórico (como surgiu, suas
influências e mudanças sofridas ao longo do tempo).
As mudanças que ocorrem na língua
estão relacionadas diretamente à sociedade, pois a língua é viva e acompanha a
evolução de seus falantes. As mudanças se dão no léxico, na fonética, na
estrutura gramatical e até mesmo na semântica das palavras.
Sendo a língua um fato social,
guiada por regras internas e externas, as palavras, mesmo que pouco utilizadas
não podem ter sua morte decretada, ou seja, não há como prever se e quando
entrarão em desuso, e ainda quando ressurgirão, em sua forma original ou não.
Os falantes são criativos,
criando assim gírias e mais gírias para regular o uso de algumas palavras e
expressões. A polissemia, variados significados de uma mesma palavra/
expressão, tem papel importante nessa história, pois faz com que as gírias e
expressões sobrevivam por mais tempo (ao menos um de seus significados).
Passei por aqui para acompanhar as atividades do blog.
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