terça-feira, 5 de novembro de 2013

APS - LÍNGUÍSTICA GERAL

Para um simples “entendeu?”, no passado usamos o “morou?”, que foi trocado pelo “sacou?” e hoje vemos na forma de “tá ligado?”.

Ao falar que uma moça é um “broto”, um “pitel” ou até mesmo uma “tetéia”, e que um homem é um “pão” podemos ser motivo de piada em uma roda de amigos hoje, mas nas antigas isso funcionava! Hoje usamos os simples “gata” e “gato” para demonstrar o quanto achamos alguém bonito e/ou atraente.

E quando achamos algo legal? Dizem os paulistas que é “da hora” ou que é “top”, os gaúchos dizem que é “tri”, já os bahianos e os cariocas dizem que é “massa” ou “show” e todas essas expressões eram resumidas, no passado por “supimpa”, “maneiro”, “transado” e “bacana” (esta, passou um tempo em desuso mas hoje está voltando à boca do povo).

Já quando alguém deixava de ir a uma festa, por exemplo, usava-se o “furou” e o não tão antigo “deu bolo”, hoje nem mais o “festa” é usado! Em seu lugar usa-se o “role” e até mesmo o “pico”. E quando alguém deixa de ir para o “role”, esse alguém “ramelou”. E se o “pico” foi “da hora” a gente “arrasa”, mas antes a gente “arrebentava a boca do balão” se o “role” não deu certo, ele “miou”, se no passado diríamos que “foi por água abaixo”.

Falando em passado, no passado, para falar em passado, era usada a expressão “no tempo do ronca”!
Chega de conversa furada, hora de “dar no pé”, expressão que, aliás, não mais é usada, atualizando: é hora de “vazar”.

Todos esses simples exemplos foram postos para mostrar como a língua evolui junto com seus falantes, e para a análise e estudo destas evoluções, temos a Linguística Histórica.

Linguística Histórica

A Linguística Histórica é o estudo da língua em relação ao seu desenvolvimento histórico (como surgiu, suas influências e mudanças sofridas ao longo do tempo).
As mudanças que ocorrem na língua estão relacionadas diretamente à sociedade, pois a língua é viva e acompanha a evolução de seus falantes. As mudanças se dão no léxico, na fonética, na estrutura gramatical e até mesmo na semântica das palavras.
Sendo a língua um fato social, guiada por regras internas e externas, as palavras, mesmo que pouco utilizadas não podem ter sua morte decretada, ou seja, não há como prever se e quando entrarão em desuso, e ainda quando ressurgirão, em sua forma original ou não.

Os falantes são criativos, criando assim gírias e mais gírias para regular o uso de algumas palavras e expressões. A polissemia, variados significados de uma mesma palavra/ expressão, tem papel importante nessa história, pois faz com que as gírias e expressões sobrevivam por mais tempo (ao menos um de seus significados).

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